
Autor: Paulo André dos Santos.
Em busca da felicidade, todos nós nos lançamos diante da vida. Queremos ser felizes. Não percebemos, porém, que a felicidade está dentro de nós. Uma condição suprema, que não se resume ao perene, ao esporádico, mas que se faz prolongada, duradoura. A felicidade implica uma certa serenidade diante da vida e, d’algum modo, uma vida que repouse diante da serenidade. Andar por aí distraído, disperso na própria existência, pode até propiciar uma vida alegre, cheia de alegrias, recheada com momentos de euforia. No entanto, nada disso é comparável ao caráter sublime da felicidade. E, na tentativa de desembrulhar o significado da alegria, sem necessariamente recorrer ao dicionário, é possível afirmar que a ela reflete o efeito que alguns momentos causam em nossa pessoa, contaminando-nos com o room da euforia, que nos traz uma prazerosa satisfação, mas, que, em instantes, desfaz-se como um suntuoso castelo de areia, distraidamente, construído nas proximidades da boca de praia, deixando para trás, apenas, nostálgicas lembranças. A felicidade, nessa perspectiva, geralmente, conforme a serenidade diante da vida, espelha uma condição interior mais estável, como um castelo construído sob terra firme, com vista para o horizonte da pacífica tranquilidade. Assim, alguns podem até encontrar beleza nos momentos de tristeza, mas, jamais na infelicidade, uma vez que esta se constitui em uma tormenta em plena vida. Metaforicamente, a princesa é o símbolo da graça feminina e humana, da alegria contagiante, da euforia que quebra a monotonia. O alcance da felicidade, ilustrativamente, é o resultado da mistura entre rosas e espinhos, entre sucessos e fracassos, entre alegrias e tristezas. É saber viver os sabores e dissabores da vida. É, talvez, o fruto, o denominador comum, obtido a partir das diferentes experiências vividas, apreciadas e sofridas, durante a vida e que, a depender dos olhos de cada um, pode revelar uma obra semi-acabada, de beleza singular, que nos recompensa pelo trabalho feito, pela forma como nos amamos e amamos aos outros e ao mundo, pela maneira com que escolhemos viver a vida. Desse modo, viver apreciando somente o aroma e a beleza das rosas é muito prazeroso, mas, enganoso, também. Quando esquecemos dos espinhos, quando lhes negamos existência, certamente, estamos mais fadados a sofrer ferimentos, desilusões, derrotas. Os espinhos também tem a sua beleza e representam o equilíbrio diante da vida. E são surpreendentemente interessantes, pois, pedem, muitas vezes, a contrapartida, o preço a ser pago por quem se permite viver as delícias da vida. E quem assume esse papel sabe que por detrás do mar de rosas que ilumina os nossos olhos, vem os espinhos, que perfuram a nossa alma, mas, que, não nos privam de continuar a perceber a beleza e o aroma das flores.