domingo, 4 de abril de 2010

O criado mudo.


Por: Paulo André dos Santos.

Corpos dóceis e mentes cegas e obedientes. Ingredientes perfeitos para o banquete dos mais ferrenhos, profundos conhecedores e defensores do capitalismo. A cegueira intelectual diante das relações de consumo favorece a consolidação do consumismo. Desse modo, é fundamental ter como público consumidor indivíduos suscetíveis à alienação produzida pela indústria de mídia e propaganda. Contribuindo para isso, o sistema de ensino nacional que prepara os cidadãos, sobretudo, para uma vida de consumo. Como resultado, um sujeito “marionetizado”, um servo, um criado mudo, um “escravo afilhado pelo Senhor de engenho”, que mesmo recebendo a liberdade, decide se manter aos pés do Senhor. Afinal, os apelos são tão sedutores, as justificativas tão de acordo com “suas necessidades”, que fica difícil não se influenciar. Embora Nietzsche tenha sinalizado a “vontade de potência” em tudo o que é vivo, inclusive, a vontade de ser Senhor internalizada no escravo, o magnetismo das paixões pelo consumo, que anseia em devorar tudo o que pode ser consumido, inibe essa tendência natural para pra ser mais do que um criado mudo.

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