Apesar das nuvens, o sol brilha.
Apesar das sombras, a esperança fervilha,
Lá das nuvens, quando a chuva cai, a vida cresce,
A luz prevalece, o sol brilha, fervilha.
Apesar do homem, homens prosseguem,
Arrastando-se pelos caminhos tortuosos,
De uma vida ingrata e sofrida,
Longe dos olhos dos famosos.
A vida é consequência da morte,
A morte é uma sequência da vida.
Todos nascem para morrer,
Outros morrem para ter vida,
Sem pão para comer,
Nem lugar para guarida,
Ninguém mais quer ver,
Essa cena tão sofrida.
Apesar do homem, o homem vive.
Lá embaixo dos escombros,
De uma destruída humanidade,
Fruto da desumana perversidade.
Os animais são mais sensatos,
Matam apenas para viver,
Os homens, reles estúpidos, ingratos,
Bebem o sangue por prazer.
Ceifam a vida do ventre livre,
Condenando-o à exploração.
Assim se nasce, assim se vive.
Catando as migalhas do patrão.
Na casa do senhorio, comida farta na mesa,
Enquanto grita bravio, o estômago vazio da serviçal,
Que lamenta e chora noites a fio,
Que os deuses a livre de tanto mal.
Os podres poderes que submetem,
A mais indigna posição,
Homens e mulheres condenados,
A mais extrema humilhação.
Não podem conter a energia,
Que emana dos corpos feridos,
Pelo punhal da miséria,
Agonizam, mas, resistem ainda os “vencidos”.
- Por: Paulo André dos Santos -
Nenhum comentário:
Postar um comentário