quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aos nobres visitantes.

Por: Paulo André dos Santos*
Como quem não quer nada. "Sem o quê nem pra quê", despretenciosamente, em pleno janeiro de 2012, o Presidente Obama resolveu agraciar os brasileiros com uma "dádiva". Agora, ficará mais fácil conseguir um visto no passaporte para os brasileiros que anseiam em conhecer a terra do Tio Sam.

Isso soaria um pouco cômico, se não fosse apenas o interesse pelo dinheiro dos turistas, já que, como admitiram, os brasileiros estão entre os que mais gastam em solo americano. Infelizmente, confirmando a afirmação do dito popular, a memória do brasileiro é fraca.

Não por que tenhamos algum problema fisiológico, mas por que se escolhe o esquecimento como fórmula para aliviar os malfeitos sofridos. Diz-se que o brasileiro é um povo alegre, entretanto, talvez, isso não lhe seja da natureza, mas uma alternativa ao sofrimento, por que o brasileiro, definitivamente, sofre muito. Sofre com os impostos, com a corrupção, com a violenta desigualdade social, etc.

Assim, retornando ao assunto da dádiva americana, é incrível constatar tal reviravolta. Saímos da condição de persona non grata em solo americano, para nos tornarmos, em um passe de mágica, nobres visitantes. Parece até profecia, pois como escrito na Bíblia, "Os humilhados serão exaltados". Pensar que por muitos anos estivemos de pires na mão rogando por migalhas. Pensar que muitas vezes fomos humilhados e deportados ao pisar em solo americano. Esse mundo dá voltas mesmo!

Nos últimos anos, os americanos tem assistido inconformados o avanço das economias emergentes. A China, então, tem lhe provocado calafrios. Com uma média de crescimento próxima dos dez por cento ao ano, os chineses estão conquistando o mundo e os americanos estão colocando as "barbas de molho".

A exemplo disso, Brasil, índia e Rússia também estão fazendo bonito. No caso do Brasil, que vem crescendo continuamente, o otimismo é coerente. O Risco Brasil, índice econômico que avalia a credibilidade de um país em honrar os compromissos, nunca esteve tão bom. Tanto que, mesmo exageradamente, no meio de uma crise imobiliária americana, o então Presidente Lula tenha chegado a oferecer dinheiro emprestado aos Estados Unidos.

Em verdade, é um exagero, pois apesar de todo o clima de otimismo perante o cenário da economia brasileira, o país ainda amarga ínumeros problemas sociais. Verdade também que em nenhum outro momento das história tenhamos avançado tanto em indicadores sociais, mas não dá, ainda, para dizer que somos um país desenvolvido. Precisamos avançar e muito.

Enquanto isso, que continuem nos tratando como nobres visitantes, pois, como anuncia a propaganda comercial da Jonnie Walker, em 2012, "o Gigante não está mais adormecido". Embora como dito antes, precisemos avançar muito, é incontestável a valorização brasileira em termos econômicos.

Assim, apesar de estarmos tão longe do Brasil que queremos e de convivermos ainda com algumas sombras do passado, hoje, somos muito mais do que uma promessa. Somos um país rico, que precisa enriquecer o seu povo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com suas idéias, parabens pelo blog.