terça-feira, 1 de janeiro de 2013

IMAGEM

Estou desempregado, cansado. Já não busco o que fazer. Velho, finjo o que deveria ser, Embora seja impossível existir. Sempre quis ser tranquilidade, Coisa que o tempo demonstra bem, Ao destruir tudo sem nada escapar. Não fica nenhum vintém. Apesar da minha fúnebre idade, Sem essência, identidade. Não estou descartado ao vento. Guardo ainda um único e inútil segredo. Bem protegido da ferrugem do tempo. O que me segura, mantém-me vivo. É o conforto que me traz uma velha e doce guerreira, Que como eu, resistiu ao tempo E agora, sozinha, traz-me de volta A sede, a ternura, a força de andar mesmo sem as pernas. POR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.

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