Por: Paulo André.
Diante dos acontecimentos atuais que permeiam a vida politica brasileira, qualquer centelha de reflexão é necessária - é preciso se revestir da sensatez. É indispensável evitar cair no precipício da polarização política. Para citar um exemplo, lembrei-me de uma cena do filme "O conde de Monte Cristo, muito interessante do ponto de vista da análise histórica. Na cena, o filho, uma espécie de secretário de justiça acusa o próprio pai de estar conspirando e traindo o governo, ao estar se mobilizando para o retorno ao poder de Napoleão Bonaparte. O pai, naquela cena, redarguiu de que a alcunha de traidor é relativa. Por que, caso Napoleão retorne ao poder, quem estivesse colaborando com o aquele governo é que seria, então, o traidor - no caso, o filho. Isso é revelador. Vilão e mocinho, no futuro, no curso da escrita histórica, irá depender de quem foram os vencedores e os vencidos - normalmente, são os vencedores que contam a história. E sendo assim, vilão pode vir a se tornar herói e o herói, caso vencido, será escrito como vilão. A realidade e a história podem ser relativizada. A verdade, depende quem irá escrever a história. O período ditatorial do Brasil já foi denominado pelos militares de Revolução, hoje prevalece na escrita histórica, a ideia de Golpe Militar, como disse, tudo depende de quem está narrando a história. É um grande desafio, hoje, pensar como irão contar a história dos acontecimentos que estamos vivenciando. História e fábula possuem uma certa similaridade, a diferença é que na fábula é admissível.
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