POR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.
Saímos da aula às 11:50h. Era o intervalo de um daqueles cursos rápidos de sábado que as pessoas mais atentas se dispõem a fazer. Estávamos satisfeitos com o andamento do curso, sentíamos a comoção de quem se descobre, de repente, um ecologista. As discussões e reflexões sobre meio ambiente e os seus dilemas nos permitiu um olhar mais cuidadoso perante o mundo. Naquele momento, éramos uma só identidade, um princípio, uma causa. E foi possuídos por esse sentimento, que combinamos de almoçar juntos. Afinal, como bons amigos, gostávamos de desfrutar da companhia um do outro. Até esse momento, nada de anormal em nossas vidas, nada que merecesse muita preocupação. No entanto, logo na saída do Edifício Learsing, algo de inesperado aconteceu, uma coisa que nós jamais havíamos cogitado. Uma tragédia? Não! Um milagre. Sem que nós nos déssemos conta, em uma pequena fração de segundo, as nossas mãos se abraçaram, em um movimento quase musical, como se fossem as mãos de um casal intensamente apaixonado. Rapidamente, em um lapso de consciência e de susto, desatamo-nos. Nada de grave nisso, mas, que desencadeou uma série de futuras reações químicas lentas e perigosas, a paixão estava por vir. Silenciosamente, ela foi se incubando e crescendo dentro de nós, assim como na doença os vírus se multiplicam dentro do nosso corpo. Quando descobrimos, era tarde, já estávamos loucamente enamorados. Não havia mais cura, nada mais a fazer. A não ser, entregar-se um ao outro para se contaminarem pelo amor. Só agora nos damos conta, que, para que nos amássemos hoje, foi preciso, simplesmente, tocarmo-nos entre mãos pela primeira vez.
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