Por: Paulo André dos Santos
Para quem não captou o significado de cidadania, o momento sublime dessa condição está no pleito eleitoral. Participar das eleições votando pode ser comparado ao processo de preparo de um quitute pela cozinheira. Não basta colocá-lo no fogão e acender o fogo. Para que o quitute fique realmente pronto, é preciso mais do que isso. É necessário acompanhar o seu cozimento, regulando a temperatura e o tempo ideal, de modo que ele tenha o resultado esperado. Ou seja, espera-se que, se bem preparado, ele se torne um alimento saudável e saboroso. Analogamente, esse processo pode ser identificado na participação dos eleitores no processo eletivo dos representantes políticos. É preciso cumprir o dever de casa antes e depois de votar em um candidato a cargo político. Inicialmente, é preciso analisar a conjuntura das eleições, estudando os partidos políticos e os candidatos, dentro do contexto histórico e os seus discursos no momento pré eleições. Deve ser verificado que interesses os candidatos defendem. Isso é possível de ser feito através do acompanhamento do modus operandi, a respeito dos princípios legais e éticos. Em outras palavras, faz-se necessário, como cidadãos, fiscalizar as ações dos candidatos eleitos e identificar se estão cumprindo as promessas de campanha. Afinal, o resultado obtido ao longo de uma gestão governamental tem certa dependência do grau de amadurecimento político dos cidadãos. Se esse amadurecimento não está consolidado, as promessas de campanha estão propensas a sumir tão rápido quanto fumaça. Por outro lado, se em uma sociedade está consolidada no povo o sentido pleno do que é cidadania, o manjar estará pronto e a mesa estará farta e diversificada. O direito é sempre resultado das lutas estabelecidas no exercício da cidadania. Ele produz a cidadania e por ela é produzido. Os deveres representam o outro lado da balança. São a contrapartida que devemos oferecer para que os direitos de outras pessoas sejam viabilizados. Como deve existir no âmbito da culinária, para que a harmonia de ingredientes gere algo aprazível de saborear, assim também deve ser o exercício da cidadania, um equilíbrio constante entre direitos e deveres.
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