
Por: Paulo André dos Santos.
O capitalismo por essência é intolerante as demandas humanas. Competição e vitória acabam resultando em uma tragédia silenciada. Em um rol de mil pessoas, por exemplo, numa competição, somente algumas dezenas saem estasiados com a vitória. São eles os únicos que irão aparecer nas fotos. A grande imensa maioria são condenados à derrota e ao esquecimento. Como não se pode entender por injusto que o sorriso de alguns custa a frustração de uma grande quantidade de pessoas?
O espírito do capitalismo é a luta, a superação de outros seres humanos. Pior, não é, necessariamente, uma escolha, mas, muito mais, uma compulsória necessidade de sobrevivência. Que se nega a vencer é vencido por WO. Além disso, as condições de competitividade são muito desiguais, as oportunidades são desiguais. A intolerância de um Sistema alimenta e patrocina a intolerância entre as pessoas que estão subjugadas a esse Sistema.
Individualismo e consumismo, como pilares do capitalismo revelam-se como um câncer para a saúde das relações humanas. Os que tem capital para satisfazer os desejos de consumo não querem repartir com os que não tem. Os que não tem, condenados a consumir imagens pela Tv, sente-se humilhados, esquecidos, sem-valor.
O valor para os que estão inseridos na cultura do capitalismo é medido pelo que se tem e, infelizmente, não pelo que se é enquanto ser humano. Assim, dentre os excluídos surgem aqueles que não aceitam a condição de não ser, por que, para eles, não ter é essencialmente, não ser. Muitos deles, sem oportunidades de acesso ao "céu" (o mundo do trabalho e do dinheiro), acabam aceitando ser operários do crime, pois, muitas vezes, não conseguem enxergar outra opção, outra alternativa que lhes permitam sair do "inferno" em que se encontram (sem renda, sem comida, sem saneamento básico etc.).
Sabem muitas vezes, que esse é um caminho sem volta, mas, optam por ele ao invés de permanecerem onde estão: na "caldeira do diabo!"
O lugar em que se encontram, muitas vezes, não lhes permitem contemplar o "sol" e, desse modo, imersos nas "trevas", acabam se apoiando em qualquer coisa em que conseguirem encontrar à frente.
Assim, uma escolha, nesse contexto, não reflete, necessariamente, uma escolha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário