sexta-feira, 10 de abril de 2009

África atual: caminhos trilhados, experiências vividas e a esperança de outro desfecho.*

POR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS;ELAINE CERQUEIRA; E RAFAELA BARBOSA.

A partir do encerramento da Segunda Guerra Mundial, com a diminuição do poder de centralidade européia e a derrota dos regimes nazi-facistas, os caminhos seguidos pelos países do continente africanos foram tão distintos quanto os seus processos de colonização.
No entanto, o processo de libertação das colônias africanas dos países colonizadores, começou, paradoxalmente, com uma exagerada subserviência às “cartadas” da economia internacional. Prolonga-se nesse momento histórico, um estado famigerado de dependência dos países africanos, apesar de seus imensos patrimônios naturais. Isso aconteceu devido aos problemas estruturais internos dos países africanos. A acentuada fragmentação do cenário político, o atraso tecnológico e a falta de capitais para investir na exploração das próprias riquezas se tornaram grandes obstáculos à viabilização da conversão dessas riquezas naturais em desenvolvimento econômico.

Nesse cenário de “necessitados africanos”, os Estados Unidos, com o objetivo primeiro de frenar a expansão da influência soviética no continente africano, decide sobrepujar a influência européia presente na África. Essa influência, sobre tudo, teve força até nas questões que envolvem o apoio a regimes racistas, que aconteceram marcantemente na Rodésia e na República Sul Africana. Houve ainda, a oferta, dos EUA, de ajuda econômica e militar aos países africanos.

Em contrapartida, esses países ficaram com o compromisso de conceder privilégios especiais para as empresas norte-americanas. A maioria das ex-colônias submeteu-se por tratados e acordos bilaterais com a antiga potência colonial ou com os EUA, referentes à cultura, à economia e a acordos militares. As principais fontes de instabilidade política da África, que resultou em conflitos, não se originam na disputa de “fronteiras étnicas”, mas nos interesses geopolíticos e geo-econômicos, tanto localizados, como potencializados por interesses estrangeiros.

Alguns países africanos, de ideologias anti-colonialistas e anti-imperialistas, associaram-se, de maneira muito aproximada, à União soviética e à Cuba, dois inimigos do processo de expansão capitalista. Esse marco assinala um momento de fragilização das já fragilizadas bases estruturais e políticas estabelecidas no continente africano.

Com o advento da Terceira Revolução Industrial, ou seja, o processo de automação tecnológica iniciado nos países desenvolvidos, trouxe um agravamento do quadro de dependência dos paises africanos. Os países africanos, muito endividados, tiveram, e ainda, tem muitas dificuldades para conseguirem a aprovação de empréstimos financeiros visando saudar os grandes débitos adquiridos. Uma coisa curiosa acontece nessa relação entre devedores e credores. É que os países africanos para conseguirem sair do quadro de dependência acabam por tornar-se ainda mais dependentes.

Isso se justifica, devido aos indicadores econômicos africanos, pois como se pode reverter esse quadro com a ínfima participação do continente africano na economia mundial, sabendo-se que sua representação é de apenas 2%? Além disso, os investimentos estrangeiros no continente africano não são muito animadores, ao contrário disso, são alarmantes. A África recebe somente uma parcela de 5% dos investimentos internacionais, o que comparado com a dimensão de sua geografia e população, é uma participação insuficiente para atender à sustentabilidade econômica do continente africano.

Atualmente, os meios de comunicação de massa mostram a África como se ela fosse uma série de acidentes e conflitos, pois apenas nestes momentos ela é subitamente lembrada. O “esquecimento” da África até recentemente também alcançava a pesquisa acadêmica que, com exceção de sérios e comprometidos pesquisadores, também projetava sobre o continente apenas as imagens do atraso, do exotismo e do pessimismo.




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* Síntese do texto “África contemporânea: dilemas e possibilidades”, de Muniz Gonçalves Ferreira. Elaborada para atender demandas avaliativas da disciplina de Educação Etno-cultural, do 4º semestre do Curso de Pedagogia, da Faculdade Social/BA., em 2007.



Referência:

Africa contemporânea: dilemas e possibilidades. Disponível no sítio <http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/africa_contemporanea.pdf.> Acessado em 10 de abril de 2009.

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