Nas manhãs de domingo,
Pernas e braços gingam em eloquentes movimentos articulados.
Entre faixas e sinais, um espetáculo curto, mínguo,
Em troca de alguns trocados.
***
Enquanto poucos tem o mundo,
A muitos restam apenas lembranças,
De um sonho vivo e profundo,
De um sonho antigo de criança.
***
A cidade não para, o tempo não para,
Os sinais piscam intermitentes.
Garotos somem em meio às faixas,
Pedintes, comerciantes, reticentes.
***
Põe-se o sol, surge a lua,
Na imensidão do céu noturno.
Nas calçadas, nos abrigos, nas ruas,
Choram-se lágrimas em gritos mudos.
***
Rostos tristes na penumbra,invisíveis aos paletós,
Dos homens que velozes indiferentes,
Cegos e surdos às súplicas,
Pedidos de socorro para esperança.
Autor: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.
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