
Antes, não tínhamos comida,
Hoje, reclama-se o sal.
Não tínhamos casa, guarida.
Hoje, comemos muito e mal.
*****
Agora, estamos salubres, contritos.
Protagonistas de um psicodrama abismal.
Estamos em pânico, aflitos.
Nossa eterna novela semanal.
*****
Falta ainda a queixa resignada,
O silêncio que incomoda e incrimina.
Nos trazendo à tona a culpa velada.
De uma vítima inocente e franzina.
*****
Mas o mistério deveras se firma imponente,
Um inferno d’antes vivido, intenso e duradouro, vazio,
Agora, um deleite excessivo, alucinado, um sutil delírio,
Sem gosto, sem fruto, sem semente.
*AUTOR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário