segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A utopia de todos os dias.




POR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.

Como pisar no chão todos os dias, mesmo sabendo da trilha dolorosa que nos espera? Como continuar caminhando se até mesmo o destino é inseguro? A esse respeito, o que se pode dizer é que não há garantias, essa é a verdade. E quando não há garantias somos sempre levados a questionar a validade de nossa caminhada. Por isso, constantemente nos perguntamos: para que tanto sacrifício? Qual a recompensa? Vale realmente a pena? Infelizmente, essas perguntas, somente cada um de nós poderá responder. E para responder isso precisamos saber qual o nosso propósito nesta vida, o que valorizamos? O que defendemos? Pelo que lutamos? Após formularmos essa resposta, saberemos qual a esperança que nos move, que nos dá ânimo, que nos dá motivo. Enfim, saberemos qual a nossa utopia, os nossos sonhos, a nossa realidade a ser alcançada. Ao acordar todos os dias, nesse sentido, temos que alimentar o tempo todo, as nossas crenças, por tudo o que isso representa. É uma tarefa árdua não fraquejar durante uma caminhada tão cheia de obstáculos, tão cheia de momentos adversos. Diante disso, muitos ficam pelo caminho, muitos não conseguem continuar sonhando, acabam se entregando resignados à dura realidade. Deixam de sonhar, deixam de viver. Porque só estamos vivos quando mais do existimos, quando sonhamos. Vida é propósito e uma construção da história. É portanto, um legado às gerações posteriores. Isso é o que move a humanidade – a contribuição que prestamos ao futuro. Se somos mortais, é muito importante que possamos dar valor a cada momento aqui na terra. E uma maneira honrosa de valorar a nossa trajetória tão rápida como seres viventes é construindo a nossa obra, cumprindo com o nosso ideal, por tudo o que acreditamos ser o melhor para a humanidade. Desse modo, para criarmos resistência às adversidades do caminho, precisamos ter com clareza a dimensão consequente da nossa ação, ou seja, em que a nossa ação age e em que ela se transforma. Se queremos um mundo mais justo, mais igual e mais pacífico entre as pessoas, temos que nos perguntar, em determinado momento, em que contribuímos para isso. Temos que perguntar, sobretudo, em que a nossa utopia serve ao que nós queremos disso tudo. A nossa utopia representa um bem coletivo ou um bem individual? Qual das duas tem mais valor? Por quê? Com certeza, qualquer pessoa sensata iria concordar de que quantos mais pessoas forem beneficiadas, mais será louvável a sua utopia, mais ela teria força para se justificar, mais, sobretudo, ela poderia ganhar a adesão coletiva viabilizando a sua concretização de maneira substancial.

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