sábado, 26 de dezembro de 2009

A princesa, a rosa e os espinhos.



Autor: Paulo André dos Santos.

Em busca da felicidade, todos nós nos lançamos diante da vida. Queremos ser felizes. Não percebemos, porém, que a felicidade está dentro de nós. Uma condição suprema, que não se resume ao perene, ao esporádico, mas que se faz prolongada, duradoura. A felicidade implica uma certa serenidade diante da vida e, d’algum modo, uma vida que repouse diante da serenidade. Andar por aí distraído, disperso na própria existência, pode até propiciar uma vida alegre, cheia de alegrias, recheada com momentos de euforia. No entanto, nada disso é comparável ao caráter sublime da felicidade. E, na tentativa de desembrulhar o significado da alegria, sem necessariamente recorrer ao dicionário, é possível afirmar que a ela reflete o efeito que alguns momentos causam em nossa pessoa, contaminando-nos com o room da euforia, que nos traz uma prazerosa satisfação, mas, que, em instantes, desfaz-se como um suntuoso castelo de areia, distraidamente, construído nas proximidades da boca de praia, deixando para trás, apenas, nostálgicas lembranças. A felicidade, nessa perspectiva, geralmente, conforme a serenidade diante da vida, espelha uma condição interior mais estável, como um castelo construído sob terra firme, com vista para o horizonte da pacífica tranquilidade. Assim, alguns podem até encontrar beleza nos momentos de tristeza, mas, jamais na infelicidade, uma vez que esta se constitui em uma tormenta em plena vida. Metaforicamente, a princesa é o símbolo da graça feminina e humana, da alegria contagiante, da euforia que quebra a monotonia. O alcance da felicidade, ilustrativamente, é o resultado da mistura entre rosas e espinhos, entre sucessos e fracassos, entre alegrias e tristezas. É saber viver os sabores e dissabores da vida. É, talvez, o fruto, o denominador comum, obtido a partir das diferentes experiências vividas, apreciadas e sofridas, durante a vida e que, a depender dos olhos de cada um, pode revelar uma obra semi-acabada, de beleza singular, que nos recompensa pelo trabalho feito, pela forma como nos amamos e amamos aos outros e ao mundo, pela maneira com que escolhemos viver a vida. Desse modo, viver apreciando somente o aroma e a beleza das rosas é muito prazeroso, mas, enganoso, também. Quando esquecemos dos espinhos, quando lhes negamos existência, certamente, estamos mais fadados a sofrer ferimentos, desilusões, derrotas. Os espinhos também tem a sua beleza e representam o equilíbrio diante da vida. E são surpreendentemente interessantes, pois, pedem, muitas vezes, a contrapartida, o preço a ser pago por quem se permite viver as delícias da vida. E quem assume esse papel sabe que por detrás do mar de rosas que ilumina os nossos olhos, vem os espinhos, que perfuram a nossa alma, mas, que, não nos privam de continuar a perceber a beleza e o aroma das flores.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Paz dentro de nós.



Autor: Paulo André dos Santos.

Mais um ano se consuma em nossas vidas. Com isso, somos levados a pensar sobre essa curta passagem. As novas amizades, os projetos, os sonhos que alimentamos, para nós ou para outros, tudo, absolutamente, precisa e sempre merece uma reflexão. Quando nos permitimos fechar para balanço, damo-nos a chance de evoluir, de melhorar enquanto ser humano, de assentar a poeira de nossa existência em um reservado momento. Surge a oportunidade de analisar e de perceber como, até então, temos contribuído com o nosso sonho original, o nosso projeto de vida.

Os nossos medos, gritos, silêncios, angústias, enfim, a cadeia de sentimentos que nos cercam, cotidianamente, são elementos importantes e que solicitam influência em nossas vidas. O resultado disso, é sempre o resultado de nossas escolhas de perspectiva, a nossa forma de ver e de interpretar o mundo, orientado pela cultura. O medo, por exemplo, não é o que nos prejudica, não é o que nos imobiliza diante de um sonho, de um projeto. Na verdade, é a maneira como iremos administrar esse medo é que será fator determinante para a nossa caminhada.

De certa maneira, é preciso evocar a paz dentro de nós para que tenhamos a serenidade e a resiliência necessária para persistir diante das adversidades. A paz é um estado de elevada sabedoria, resultado de experiências geradoras de um equilíbrio interior, um tesouro encontrado nas profundezas do ser humano.

Durante o ano, vivenciamos muitas situações angustiantes, aterradoras. Perdemos, às vezes, o equilíbrio e, infelizmente, ferimos a autoestima de pessoas e, a nossa, ocasionalmente. Na maioria das vezes, estrelamos a redenção, na tentativa de recuperar o que havia sido quebrado. E nos sentimos tão bem com isso, que sentimos a paz brotar em nosso espírito. Daí, podemos dormir tranquilos.

E quando temos, iluminadamente, a oportunidade de perceber o valor dessa paz interior, damo-nos conta de que vale a pena cultivar o bem nesse terreno tão agredido, que se faz dentro de nós a partir das constantes frustrações que a realidade nos impõe. A paz é uma semente divina, dá em qualquer lugar. Tudo depende das escolhas que fazemos, de acordo com a nossa visão de mundo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Academia.



Um namoro de 4 anos nem sempre faz casamento, no entanto, não se pode negar de que muito em termos de convivência acontece. E por acontecer, dificilmente, deixa de causar impressões e sentimentos. Dificilmente, deixam de produzir lembranças. Nesses anos, em que se criam laços, muitas vezes, próximos, com pessoas, até então, desconhecidas, enfrentamos queixumes e rusgas. Ouvimos e pedimos desculpas, rendemos homenagens, fazemos confraternizações, brincadeiras, uns com os outros. Ao final, as despedidas, os até logo, adeus, mas, sempre residirá a esperança de um reencontro. Sempre ficará um gostinho de quero mais. E nesse momento, percebe-se que valeu a pena e que a saudade vai nos acompanhar, em alguns casos, pelo resto da vida. Uma caminhada, que de início, parecia-nos demasiadamente longa, vai sendo percorrida sem, muitas vezes, que tenhamos sentido o passar do tempo. Quando nos damos conta, estamos sentados à beira de um rio, recordando as peripécias de uma viagem que acabou. Agora resta esta visão maravilhosa do passado, que embora dolorido, sofrido, agonizante, mas, que, jamais poderíamos negar que realmente foi bom.

Amo todos vocês!

Do amigo de todos, em todas as horas,...

PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.