quinta-feira, 24 de junho de 2010

RESENHA



REFERÊNCIA: 12 homens e uma sentença. Direção: Sidney Lumet. Produção: Henry Fonda e Reginald Rose. Produtor associado George Justin (Orion-nova). Intérpretes: Lee J. Cobb; Ed Begley e E. G. Marshall; Jackwarden; Martin Balsam; John Fiedler; Jack klugman; Edward Binns; Joseph Sweeney; George Voskovec; Robert Weber. História e Roteiro de Reginald Rose. Gênero: Drama. Estados Unidos: Orion-Nova, 1957. 1 DVD (96min).




RESENHA

No filme “12 homens e uma sentença” (1957), estrelado por Henry Fonda, é colocado em evidência os bastidores de um julgamento cujo caso refere-se a um homicídio. Trata-se, mais especificamente, da história de um jovem acusado de por fim a vida do próprio pai.

Ao analisar a produção fílmica com um olhar sobre a visão de conhecimento que admite a verdade como absoluta, é possível compreender o perigo que ela representa para a condição humana. No filme, a distância entre culpado e inocente definido pelo julgamento crime é capaz de colocar nas mãos de seres humanos a decisão sobre a vida (ou morte) de um ser humano.

Na história que se desenrola, a verdade se torna, graças à oportunidade de um debate, passível de ser relativizada. A verdade, enunciada no filme, torna-se o fruto do compromisso coletivo com a justiça. Ela passa a ser o resultado, sobretudo, de uma postura ética diante da vida.

Nesse sentido, o referido filme, inicia-se com a determinação do Juiz, que encomenda a análise do caso em questão pelo Júri. Aliás, o filme dirigido por Sidney Lumet se passa, a exceção de três minutos de projeção inicial e de um ligeiro final, exclusivamente, em uma sala de júri. Trata-se como dito antes, de um caso de homicídio de um homem, cujo acusado em julgamento é o próprio filho.

No momento em que as pessoas que compõem o Júri se reúnem para deliberar sobre o julgamento, fica latente que o caso em questão é visto com um certo descompromisso e é, praticamente, tido como encerrado pela grande maioria dessas pessoas, que votam pela condenação do réu.

Em contrapartida, entre os integrantes do Júri, um homem – sim, um único homem foi contra tal condenação. Foi contra a verdade que ali, naquele grupo de pessoas, era aceita. Esse homem foi indispensável ao parecer do Júri, representando, diante da maioria, a contradição que permitiu um consenso mais seguro para o caso.

Nesse momento primeiro, ainda era um contra onze. Haviam onze pareceres, inicialmente, em que o consenso (a verdade) era, ainda, a condenação. Em determinado instante, entretanto, quando via-se divergente de uma esmagadora maioria (11 a 1), o personagem da reviravolta sugere a necessidade de uma discussão sobre o caso.

É importante lembrar que no filme, consoante a lei que regeu o caso, o parecer do Júri tem que ser unânime. Nesse caso, somente foi admitido um parecer, cuja votação tivesse sido, nesse contexto, por 12 a 0. Ou seja, fundado no espírito da lei, não se poderia estabelecer, no caso referido, um parecer em que houvesse discordância de, pelo menos, um membro do Júri. Além disso, caso condenado o réu, de acordo com o Juiz, seria levado a cadeira elétrica. Conseguinte, em específico, não era possível conceder o perdão através do pedido clemência.

Ao estudar os discursos do filme, percebo que durante o momento da investigação do crime não houve rigor científico pela parte da equipe de perícia da polícia. Posso supor, ainda, que, a exemplo dos momentos iniciais da reunião do Júri, a equipe de investigação avaliou o caso com certo preconceito ou descaso, uma vez que, o réu em questão era de família pobre, cujo pai o tratava com violência. O jovem – ainda em conformidade com a visão expressada por alguns integrantes do Júri – era o retrato do jovem contemporâneo: rebelde, anárquico, etc.

Aliás, também, o preconceito inicial da maioria dos integrantes do Júri – sem mencionar os interesses imediatos -, é um fator que, de certa forma, prolongou a sessão. Enquanto um estava apressado para terminar a reunião, expressamente, por causa de Jogo, um outro queria resolver logo o veredicto para tocar os negócios.

Um homem, como dito antes, no entanto, foi capaz de mudar, sob a mediação do relator, o curso do julgamento, atraindo, através do diálogo, o interesse e a participação dos demais componentes do Júri. Esse homem foi o portador da dúvida necessária para se chegar a um resultado diferente do inicial, para o caso.

A partir daí, percebo que a “muralha” da verdade estabelecida pelos argumentos das testemunhas começam a ruir. Durante a discussão crítica os integrantes do Júri vão identificando lacunas nas provas que, gradualmente, derrubam o seu caráter incontestável. A arma branca utilizada, os acontecimentos e as testemunhas passam a serem alvo de desconfiança pelo Júri.

Ao final de várias simulações (reconstituições) da cena do crime, conduzido pelas argumentações que vão emergindo, o Júri finda a reunião reconhecendo que o réu é inocente, visto as discrepâncias descobertas nos elementos do caso que, reunidos, constituem a prova. Ou seja, um caso jurídico que parece definido, observando-se a quantidade de evidências, vê-se num grande revés, transformando culpado em inocente.

Nessa análise, pode-se dizer que não existe verdade absoluta, mas, uma verdade aceita pela maioria absoluta de um determinado contexto, sustentada por uma teoria científica ou não. A verdade, desse modo, não pode ser vista como imutável, inatingível e absoluta.

O saber sempre se revela como poder. A verdade é imposta por um determinado núcleo de poder, o discurso da promotoria de acusação (no caso do filme), que, aproveitando-se da apatia da defesa, acredita-se, influenciou fortemente a opinião dos jurados. Nesse meandro, conforme a inferência da centelha dialética do Júri (o problematizador da verdade), o advogado de defesa não procurou questionar as evidências das provas, negando a sua veracidade.

À medida em que eram tecidas análises pelo Júri, foi se percebendo a necessidade de “regressar” à cena do crime, para buscar os vestígios do acontecimento que não ficaram claros. Quando as dúvidas começam a serem esclarecidas (ou lançadas), o coro em prol da vida (inocência do réu) foi crescendo em adesão, até que o parecer do Júri, finalmente, considerou o réu inocente.

O que se pede, ao fim desta análise fílmica, é a cumplicidade com a dúvida, com o cuidado científico na ética e no diagnóstico de um determinado objeto ou circunstância. É preciso ter cuidado com a vida, é preciso respeitar e amar a vida. Na hora de julgar os outros é sempre leal se perguntar “E se fosse eu?”, pois, como mencionara Confúcio, “Não faça aos outros o que não queres que te faças”.

A verdade dogmática, apesar de, historicamente, ter servido, também, ao desenvolvimento humano, é, também, uma das principais responsáveis da tragédia humana. Desastre que é capaz de fazer de humanos, animais primitivos.

No instante em que a verdade deixa de ser absoluta, começa a ser relativizada. Desse modo, torna-se autorenovável, aberta a outras possibilidades, que, ao mesmo tempo que oferece novas perspectivas, permite um ajustamento com a realidade dada. A verdade relativa desmitifica a certeza, a convicção. Com isso, torna-se autocorretiva, vigilante de si mesma.

Assim, a experiência de contemplação crítica do filme em abordagem, convida-nos a refletir sobre a maneira como vemos e julgamos o mundo. Parafraseando uma das passagens do filme, podemos dizer que nem sempre vemos o que está a nossa frente.

Concordo quando o personagem de Nietzsche, em “Quando Nietzsche chorou” (2007), quando diz que o inimigo da verdade não é a mentira, mas, as convicções. Estas não podem existir sem uma visão de mundo em que prevaleça o dogma, a verdade absoluta.

Finalmente, vale destacar a atuação do personagem estrelado por Henry Fonda. Ele foi fundamental, como já referido antes, para o desenrolar final da história. Como afirma Nietzsche (1999), “...desconfiai de todos os que sentem poderosamente o instinto de castigar!...”. Foi essa linha que seguiu o personagem do referido ator. Ele observou algo além do crime. Conseguiu perceber, principalmente, que posição dos demais integrantes do Júri estava sendo muito influenciada pelas implicações imediatas de cada um deles.

O personagem em questão foi para a produção fílmica um símbolo de sensibilidade, sagacidade e inteligência. Provavelmente, características fundamentais que precisam fazer para de qualquer discussão em Júri, em que o destino e, muitas vezes, a vida de pessoas está na “mesa de tabuleiro”.

RESENHA



REFERÊNCIA: O nome da rosa. Direção: Jean Jacques Arnnaud. Produção: Berno Eichinger. Baseado no livro de Umberto eco “The name of the rose”. Estrelado por Sean Connery e F. Murray Abraham. Gênero: suspense. Estados Unidos: Costantin Film Produktion GmbH, 1986. 1 DVD (131min).


RESENHA

POR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.

Um crime, um mistério, influência do demônio ou uma conspiração religiosa? Desse modo começa a história do filme, recheado de segredos escondidos a sete chaves. Inspirado na obra de Umberto Eco, o gênero fílmico de suspense “O nome da rosa” (1986) convoca o espectador a mergulhar nessa história intrigante.

Tudo começa com a morte do irmão Adelmo. Encontrado morto em um penhasco, a ordem religiosa levanta a suspeita de uma influência demoníaca. Para solucionar o caso, solicitam a ajuda do clérigo detetive Guilherme de Baskerville (Sean Connery).

Adepto da filosofia aristotélica, Guilherme, ao contrário dos sacerdotes, nega-se a embasar a opinião na perspectiva religiosa. Prefere seguir a linha dos fatos a partir da razão. Diante disso, após as primeiras observações o personagem representado por Connery conclui sobre a morte do irmão Adelmo, chegando a confirmar como motivo da morte o suicídio.

Entretanto, novas mortes vão acontecendo, como a morte de Venâncio, tradutor de grego e dedicado estudioso da obra Aristotélica, que, até dias atrás, mantinha relações muito próximas com Adelmo (a primeira vítima). Perspicaz, o detetive segue o rastro das pistas deixadas pelo assassino. Ao estudar as evidências, percebe um fato curioso que relaciona as mortes: todas vítimas estavam com uma das mãos e a língua sujas de tinta. A partir daí, o mistério vai se tornando mais estonteante e perigoso.

Mais adiante no filme, Connery percebe que a biblioteca escondia os segredos que possibilitariam confirmar sua tese: a tinta encontrada nas mãos das vítimas era veneno e provinha do manuseio de livros de sabedorias com textos reveladores, que se encontrava na biblioteca da igreja, não aberta aos sacerdotes e ao público em geral.

Em meio às mortes, com a chegada de um representante da inquisição, o mistério assume uma conotação religiosa: um sumo sacerdote e um monge são acusados de heresia contra a ordem religiosa. Assim também, uma mulher é acusada de bruxaria.

Enquanto isso, as mortes continuaram a acontecer. Guilherme de Baskerville é acusado pelas mortes, o inquisidor deduz que só era possível ao clérico detetive explicar os fatos que vinham acontecendo se fosse ele mesmo o assassino.

Com a morte de mais um sacerdote, o inquisidor tenta ir embora, mas, acaba sendo morto por populares, que o jogam no penhasco. Simultaneamente, Barkerville e seu ajudante, o jovem Adso, perseguem a solução de toda a trama.

Ao entrar secretamente na biblioteca, Barkerville e seu ajudante encontram no local um dos altos sacerdotes, que acaba confirmando-se como mentor dos assassinatos. Para ele, valia o princípio de que “Sem o demônio não haveria necessidade de Deus”. Ou seja, o temor ao demônio alimentava e sustentava a fé em Deus.

Em decorrência disso, aquele que conseguisse ter acesso as secretas escrituras, deveria morrer, sob risco de danos irreversíveis à fé religiosa. Os livros, nesse sentido, diante dos acontecimentos, precisavam ser destruídos, em nome de Deus.

O que consigo compreender dessa produção fílmica é de que um dos princípios ou sabedorias do acervo secreto era que, como anunciado no filme, o conhecimento precisa ser preservado e, não, buscado. Para a ordem religiosa, “Aquele que aumenta o seu conhecimento aumenta também o seu sofrimento”. Isso quer dizer que, outras linhas, o conhecimento traz sofrimento e, por isso, tinha que ser mantido sob controle e segredo.

Mais do que isso, o acesso a tal conhecimento poderia levar muitos a questionar, até mesmo, a “infalibilidade de Deus. Assim, em nome Deus, os hereges precisaram perecer.

O filme em questão revela aspectos históricos que norteavam a doutrina da Igreja católica, no século XIV. Tempos em que o poder da igreja era capaz de determinar, através da inquisição, o direito à vida ou à morte. Nesse sentido, casos de heresia ou de bruxaria eram tratados com rigor pelos membros da inquisição. Nesse período, incontáveis vidas humanas foram ceifadas sob o pretexto da vontade divina. A vontade da Igreja era, naquele momento, a suprema vontade de Deus.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Planejamento estratégico: uma ferramenta de adaptação às mudanças.




Por: Paulo André dos Santos

Mudança! Essa é a palavra do momento. Tudo muda a cada dia que se passa mais rapidamente. O constante processo de inovação exigido pela dinâmica de globalização dos mercados mundiais elegeu a mudança como pauta fundamental a ser discutida e desenvolvida no intuito de assegurar a sobrevivência e de promover o crescimento das empresas.

Dessa maneira, com a competição promovida pela inauguração da globalização, diminuíram-se as fronteiras nacionais, abriram-se novos caminhos e surgiram oportunidades atraentes, haja vista, a flexibilização política e econômica que criou facilidades para a entrada de empresas no mercado de um país capitalista estrangeiro.

Diante desse contexto, de olho nas oportunidades, percebeu-se a necessidade das empresas realizarem melhorias em todos os processos da cadeia produtiva. Elas começaram a estudar a dinâmica de Mercado de maneira globalizada, verificando tendências de ameaças e de oportunidades proporcionados pelos cenários governamentais, pelos seus Mercados e pela concorrência.

Toda essa análise de variáveis internas (inerentes ao ambiente da empresa) e externas (governo, cultura, economia, jurídicas, demográficas, tecnológicas, concorrência, perfil dos consumidores, etc.) cria condições nas empresas para um constante processo de auto-organização, com vista à superar dificuldades e sobreviver num mercado tão competitivo. Além disso, consciente de seu propósito social (a missão), realizando-o, de modo a erguer no presente os pilares para o futuro, a fim de alcançar objetivos maiores e de longo prazo (a visão).

Por ser de natureza menos imediata, a visão – para que seja viabilizada – precisa ser subdividida em objetivos específicos, de menor abrangência e com menor prazo de cumprimento, mas que, ao serem concretizados criam condições favoráveis ao seu alcance. No percurso desse caminho, “todos devem empurrar a carroça”. Desde o nível presidencial até os níveis operacionais, cada segmento precisa estar consciente da importância de seu papel na empresa, sabendo das implicações que suas atividades irão trazer para o presente e para futuro dela.

Em virtude disso, com a finalidade de reunir forças a partir das variáveis internas e externas às empresas, foi desenvolvida uma ferramenta que integra o ambiente empresarial e leva todos os seus envolvidos a remarem em uma só direção, rumo ao sucesso. Todos os níveis hierárquicos das empresas, como dito antes, precisam caminhar juntos. Embora, cada um deles tenha seus objetivos comuns, todos estarão, inegociavelmente, alinhados a um objetivo maior (a visão).

Geralmente, esses objetivos são, conforme os níveis citados, denominados como: objetivos estratégicos (executivos da empresa), objetivos táticos (gerências intermediárias) e objetivos operacionais (supervisores e funcionários da área operacional e administrativa equivalente). A busca desses objetivos, conduzidos por diversos instrumentos – além dos mencionados -, que organiza as empresas rumo à concretização de sua missão e ao alcance de sua visão é realizada através do Planejamento Estratégico, que, se bem realizado, pode conduzir ao êxito empresarial.

Diante da constante mudança de arranjos nos cenários da aldeia global, como referido antes, tudo precisa ser minuciosamente observado, analisado e planejado, no acompanhamento atento dos “movimentos de mudança”. O Planejamento Estratégico é a ferramenta que permite as empresas se anteciparem aos cenários futuros, possibilitando não serem pegas de surpresa, o que, muitas vezes, pode invalidar, até mesmo, a sua razão de existir (a missão).

Outrossim, ratifica-se que cada passo diante da concorrência e do mercado tem, indispensavelmente, que ser muito cuidadoso. Consequentemente, antes de qualquer posicionamento, diversas análises precisam ser realizadas, previamente. Toda empresa, antes de tudo, precisa saber-se quem é, os valores que está defendendo ou promovendo com o seu produto no mercado, a postura política que está adotando ou precisa adotar, diante dos cenários presentes e daqueles tendem a acontecer.


Referências:

Globalização. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Globalização > Acessado no dia 13/06/2010.

Globalização. Disponível em:< http://www.suapesquisa.com/globalizacao/ > Acessado no dia 13/06/2010.

Metodologias de apoio ao Planejamento Estratégico. Disponível no sítio: http://www.alvarestech.com/lillian/Planejamento/Modulo3/Aula31SWOT.pdf > Acessado no dia 13/06/2010.

Planejamento Estratégico Institucional. Disponível no sítio: < www.cpd.ufv.br/planogestao/doc/apresenta_seminario.ppt> Acessado no dia 13/06/2010.

ANDION, Maria Carolina; e FAVA, Rubens. Planejamento Estratégico. Disponível no sítio: < www.fae.edu/publicacoes/pdf/empresarial/3.pdf> Acessado no dia 13/06/2010.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O cliente.



Por: Paulo André dos Santos.

Um empreendimento empresarial está sempre envolto a uma clientela. Em todas etapas que compreendem o processo produtivo existem pessoas ou grupos de pessoas que são fundamentais para que a empresa tenha êxito no mercado. Ou seja, da mesma forma que essas pessoas ou grupos podem contribuir para o sucesso do empreendimento, elas podem colocar, conforme o contexto, tudo a perder. Esse conjunto que abarca o ambiente interno e externo, que interfere nos resultados das empresas, é denominado de stakeholders e possui entre seus elementos participantes, o governo, os acionistas, os clientes, concorrentes, funcionários, sindicatos, meio ambiente etc. Alguns deles, por estarem diretamente envolvidos no processo de geração de resultados de uma empresa, são considerados, efetivamente, como clientes. Dividindo em duas categorias de clientes (interno e externo), pode-se dizer que, por exemplo, os consumidores dos produtos ou serviços, os fornecedores, os “intermediários”, os representantes comerciais ou prestadores de serviços etc., são clientes externos à organização. Por outro lado, os acionistas e os colaboradores (funcionários) são exemplos de clientes internos. Nesse sentido, para a sobrevivência e para um desenvolvimento da atividade econômica das empresas, é preciso levar em consideração tanto clientes internos quanto externos, pois, nos dias atuais, a concorrência está sempre a empurrar o portão das empresas, tentando invadi-las e saqueá-las, naquilo que elas tem de mais precioso, ou seja, o rol de consumidores, portanto, a sua fatia de mercado, assim como, os seus bons profissionais, aqueles colaboradores diferenciados que emprestam grande qualidade às empresas. Assim, para se manterem e aumentar a participação no mercado, as empresas desenvolvem, conforme as circunstâncias estabelecidas, um planejamento estratégico. Desse modo, as empresas lançam no presente as sementes para o futuro, orientada por uma missão (o que somos?) e por uma visão (o que queremos ser?). E para que a missão seja consolidada e viabilize o alcance do que se visiona hoje para o futuro, as empresas desenvolvem e aplicam instrumentos que permitem organizar as variáveis favoráveis e desfavoráveis (Matrix SWOT), a fim de desenharem uma linha de ação, em que se exponha ao menor número de riscos (fragilidades e ameaças) possíveis. Na verdade, os instrumentos de gestão estratégica nas empresas são inúmeros, vão além da análise de potencialidades próprias e das concorrências. Se uma empresa quer realizar um percurso de vida no mercado mais duradouro, precisa desenvolver processos de melhorias contínuas, por que se ela não o fizer, a concorrência fará e não terá o mínimo pudor em atropelar os retardatários. Portanto, o cliente, numa perspectiva ampla de abordagem (interno e externo), é a razão de ser de uma empresa, de onde devem partir a inspiração do produto ou serviço prestado. Estar atento aos clientes, em suas necessidades, que emergem, muitas vezes, em silêncio, é uma questão fundamental para que uma empresa se antecipe na criação de produtos e serviços, que de repente podem lhe proporcionar a conquista de novas fatias de mercado.