sexta-feira, 28 de março de 2014

Quando vender é consequência.

Por: Paulo André dos Santos. No mundo dos negócios, em que a concorrência entre os atores se faz cada vez mais impetuosa e ardilosa, o diferencial entre quem se estabelece e quem desiste do mercado é a qualidade dos produtos que são produzidos. A qualidade de um produto tem precedência sobre o resultado das vendas. É possível vender muito em pouco tempo sem qualidade, mas não se consegue fazer isso por muito tempo. O segredo de uma política de vendas sólida, com resultados duradouros possuir como filosofia central o esforço em realizar todas as expectativas que foram alimentadas para a clientela no ato da venda, a fim de conseguir a plena satisfação. Erroneamente, muitos atores do mundo dos negócios acabam adotando uma política de vendas centrada exclusivamente nos resultados imediatos. Tal perspectiva de negócio, a médio ou longo prazo, muito provavelmente, irá se constituir em um obstáculo entre quem estará querendo vender e quem estará querendo comprar. Para que um negócio se realize, não bastam vendedores e compradores motivados, é preciso haver legitimidade de quem está a vender e confiança de quem está a comprar. Um cliente pode até precisar de um determinado produto, ter dinheiro para comprá-lo, mas somente irá fazê-lo se tiver confiança. Pode ser até que na primeira compra ele assuma o risco, mas na segunda tentativa, se o resultado da primeira for negativo, dificilmente isso irá acontecer. Para colocar em cena outro aspecto, façamos uma breve analogia. Observe nesse caso, caro leitor, o quanto o equilíbrio é importante. Por exemplo, a administração de um antibiótico para o combate de uma determinada patologia. Se a administração é insuficiente, a doença não alcançará a cura. Se, ao contrário, a administração for excessiva, haverá superdosagem e outros problemas mais graves poderão surgir, inclusive o total colapso. Assim também, deverá ser uma boa política de vendas. Administrar requer perícia. Administrar é uma arte. Vale lembrar que o artista, independente do tipo de atuação, muitas vezes faz coisas que não pensávamos que fossem razoavelmente possíveis. Enquanto uma mente altamente racional estabelece sua sentença final, o artista ainda é capaz de criar, ao menos na imaginação, uma nova possibilidade. Por isso, a criatividade é um dos componentes fundamentais de toda boa administração. A criatividade é a pimenta de toda boa estratégia de negócios. Contudo, na administração de negócios, é preciso equilibrar as variáveis a fim de que os números continuem positivos. Coisa que os verdadeiros artistas não estão muito preocupados. Os verdadeiros artistas estão mesmo interessados em realizar-se na arte e pela arte, e nada mais. Por outro lado, esse pensamento não é cem por cento no mundo dos negócios. Nesta seara, o que prevalece é a velha história da relação custo e benefício, da insistência e manter os riscos sob controle, mas... vamos adiante. Imagine agora, caro leitor, se você fosse em uma loja ou em um determinado estabelecimento comercial. Nesse local, motivado pela própria necessidade, você contrata um serviço ou compra um produto qualquer. Muito bem,...Mais adiante você percebe que comprou “gato por lebre”, pois o que foi adquirido não lembra nem de perto o que lhe foi vendido. Diante dessa situação, caro leitor, tenho certeza, considerando que me comunico agora com uma pessoa em pelo gozo da razão, que você não ficaria satisfeito. Afinal, suas expectativas foram frustradas. Para ilustrar melhor isso, vamos ao exemplo do salão de beleza. Suponha que uma mulher vai em um salão de beleza, muito recomendado, inclusive, por uma grande amiga. As referências desse estabelecimento fornecidas pela amiga lhe são as melhores possíveis. Até aí, tudo bem...vamos lá. Tal mulher chega ao estabelecimento cheia de esperanças. Antes de ir ao local pensou cuidadosamente no que iria pedir para ser feito no cabelo. Isso, acreditando que enfim iria dar “aquele plus” no visual. E senta-se na cadeira do salão radiante de felicidade. Muito bem, pois, que passados alguns dias, o cabelo da tal mulher começa a cair aos montes. O que, caro leitor, você acha que ela iria sentir? Como você acha que ela iria reagir? Pois é. Com certeza, a orelha da maquiadora iria coçar muito. E mais, a fofoca iria rolar solta pelo bairro, talvez, até na cidade, dependendo do tamanho. Desse modo, caro leitor, como diz o velho bordão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, “Assim não pode, assim não dá”. Pois é, desse jeito, o negócio não irá prosperar. Não é sustentável vender sem entregar o produto, sem atender integralmente as expectativas do cliente. Acima de tudo, isso não é considerada, geralmente, uma estratégia inteligente. Afinal, como se sabe no mundo dos negócios, um cliente satisfeito atrai, pelo menos, um outro cliente, por recomendação. Por outro lado, um cliente insatisfeito, é capaz de fazer um estrago enorme, com perda significativa de outros potenciais clientes. Dessa maneira, vende bem, quem vende melhor. Vende melhor, quem atende às expectativas dos clientes. E quem atende às expectativas dos clientes, reconhecidamente, faz qualidade. E para quem faz qualidade, vender é uma consequência.