quarta-feira, 3 de outubro de 2012

...Enquanto dure.

Até que cesse o vigor juvenil. Até que a moléstia prevaleça. Até que o brilho dos olhos adormeça. Até que o sol em nós anoiteça. Os pássaros em nós estarão cantando, A semente fará juz às mãos do lavrador. E nós, comendo, correndo, cantando. Sem moléstia, tristeza ou dor. Enfim, chegará o dia da fadiga, Em que a doença será um inimigo atroz, Nos levando a saúde de outrora, Agora uma fonte exaurida. Nos olhos, um tom fúnebre. Como quem observa bem de longe, Indo para sempre, uma decepção amorosa. Afinal, ninguém pode negar uma lei da natureza: enquanto durar a primavera, continuaremos a receber flores.