terça-feira, 28 de agosto de 2012

De olhos fechados.

Estou aqui, enquanto lá me lembro. Ando apressadamente enquanto durmo, falo ao mais puro silêncio. Ceiando a fome de enxergar, uma realidade indigesta.

Por fração de segundos.

Hoje, quase decretaram o fim da minha estadia neste hotel diverso. Quase saio daqui para virar história. Quase me esvaio em meio à fumaças, roncos e buzinas. Em plena BR-324, entre um carro e outro, uma moto, duas pessoas. Foi por pouco. Muito pouco. Na verdade, apenas uma fração milimétrica de espaço nos salvou. Nada como um pouco de adreanalina para acender o dia. Além disso, a iminência da morte nos faz lembrar que estamos vivos. Espero, no entanto, com sinceridade, não precisar lembrar disso.

...Enquanto dure

... Enquanto dure. Até cessar o vigor da juventude, Até que a doença predomine, Até que a motivação adormeça, Até que o sol anoiteça, Muitos apertos de mãos, tapinhas nas costas. Até que o dinheiro acabe, Até que se interrompam as cortesias, Até que se acabe a necessidade, Até que as mãos se fechem, Os discursos serão só elogios... Afinal, enquanto durar a primavera, continuaremos a receber flores.