segunda-feira, 18 de maio de 2009

Meu Deus do céu! Gandhi é brasileiro.

POR: PAULO ANDRÉ DOS SANTOS.

Quem diria? Quem pensava? Tenho certeza, ninguém imaginava. Nossa senhora do céu! Gandhi é brasileiro. Alguém com tamanha maestria, com tanto gingado, jogo de cintura, rebolado, só poderia ser brasileiro. Sentado à mesa de bar, disposto a relaxar, a brincar e a dançar, eu nada esperava, nada queria saber. Simplesmente, queria esquecer. Eu queria, êta! Meu camarada, era mesmo me espalhar. Aí, como que não quer nada, sem jeito, sem hora adequada, vem e me aparece um camarada. Êta! Que rapaz de proseado sô, de língua aberta, escancarada. Eis que me falou, o que ninguém cogitava. Seu nome era Gandhi, nascido em Cana Brava. Ele descia no chão, arrematava o canhão – que boca-de-espuma que nada – esse cara era o Gandhi, rapaz seresteiro, amigo do mundo inteiro, que não queria confusão. Aí, ele foi pra índia, atrás de uma brotinha, que o deixou arriado, amarradão. Depois, decepcionado, louco, atrapalhado, resolveu abrir em um declamado o seu coração. Não é que deu certo sô, a moça viu de perto, com tamanha comoção. Aquele homem franzino, pobre, pequenino, na frente de um canhão. Depois disso, você já sabe, pois, a história que contam aqui na cidade, como nasceu a liberdade, através de um homem de paixão. Pela paz, pela vida, salvo a ferida, que lhe cicatrizara no coração. Esse era o Gandhi, rapaz de Cana Brava, sabia onde estava, o que queria, o que lhe dava razão. Era um homem forte, também de muita sorte, no amor e na profissão. Estava empregado, ganhava bem, era agraciado pelo filho do patrão. Êta! Rapaz de sorte sô, ganhou um eco-esporte sem ter feito nada não. Andando pelas ruas, lá vai Gandhi proclamando a paz e o amor no coração. Decerto por isso, ninguém com compromisso, motivado pelo rebuliço, apareceu hoje à reunião. Estou eu aqui solitário, presente nesse plenário, sem quorum, sem operário, sem patrão. No entanto, sinto-me feliz, animado, extrovertido, sou amigo de um grande cidadão.

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