segunda-feira, 21 de março de 2011

RESENHA



REFERÊNCIA: SOMOS MARSHALL (WE ARE MARSHALL). Diretor: McG. Interpretado
Matthew McConaughey. País de origem: EUA. Gênero: Drama. Lançamento (EUA): 2007. Estréia no Brasil: 2008. Estúdio e Distribuidora: Warner. (DVD).



Por: Paulo André dos Santos.

No filme “Somos Marshall” (2008), conta a história de um time de jogadores futebol americano que saiu das ruínas para a glória. Uma equipe praticamente extinta que, a partir da mobilização coletiva, tornou-se competitiva e campeã.

Quando temos visão e conseguimos encontrar significado naquilo que fazemos, o crescimento é uma consequência provável. Quantas vezes as circunstâncias fizeram um sonho nosso cair por terra? Quantas vezes fomos frustrados por um resultado inesperado, que nos fez ficar de luto? Quando isso acontece, muitas vezes, mergulhamos em um abismo do qual nos sentimos frágeis de mais para sair.

Nesse momento, não é raro nos vermos como vítimas, como herança de uma tragédia. Toda a nossa existência antes da tragédia fica esquecida. Não importa se no passado tínhamos sido vitoriosos, a tragédia colocou isso além da nossa viseira.

Assim foi com Marshall. Um time de jogadores universitários que foi vitimado por uma tragédia de avião. O avião caiu e todos os jogadores que nele viajavam morreram. O único que não morreu foi um jogador que não havia viajado, por motivo de contusão. A Universidade Marshall ficou de luto. Acidade de Marshall ficou de luto. Uma nuvem negra a invadiu, apesar de, na verdade, ainda tenha se mantido preservada acesa uma pequena centelha de esperança.

E para que essa centelha crescesse e contagiasse a cidade, foi preciso um homem. Apenas, um homem. Para que na mais densa escuridão acendesse uma faísca de luz. Jack Lenghyel (McConaughey), sensível ao sofrimento da cidade, iniciou um processo de busca de parcerias para a reconstrução de Marshall. Liderou e coordenou um movimento em prol da reconstrução do time Marshall. Em prol, do resgate da autoestima e do orgulho dos cidadãos e cidadãos da cidade.

Nesse sentido, quantas vezes, também, somos resgatados por uma palavra amiga, por um gesto fraterno, que nos impulsiona, que nos dá novo ânimo? Assim foi como Marshall. Foi preciso que alguém assumisse o comando do quartel abandonado. Foi necessário alguém com “olho clínico” para identificar os talentos e, também, o espírito elevado para que incutisse no grupo um propósito,um significado para a busca que se engendrava, para que viessem a se tornar de fato um time.

Foi preciso, sobre tudo, alguém para sacudir a poeira dos escombros e para lembrar que ainda era possível alcançar a glória, na materialização de um sonho coletivo.
Na referida produção fílmica, é possível observar que, através da humildade, é possível alcançar a excelência.

Não é somente com a ajuda de estrelas que se erguem troféus, que se concretiza o
sucesso. Nem sempre é suficiente estar cercado dos melhores recursos. É preciso haver integração, comunhão, comprometimento. Ninguém faz nada sozinho, por mais individualista que seja a atividade.

Você pode até entrar em campo sozinho, mas, dentro do processo é possível encontrar pessoas que,também são fundamentais para que, ao entrar em campo, você possa desenvolver o melhor desempenho possível. No caso de um jogador de futebol, o sucesso dele é muito influenciado pelo desempenho do nutricionista, do preparador físico, do técnico, do presidente do clube, da torcida etc. A motivação dele, muitas vezes, está cercada de fatores que a elevam ou a colocam para baixo.

No filme “Somos Marshall”, o sucesso dos jogadores não foi somente um mérito de quem entrou, diretamente, em campo, mas, de todas as pessoas que fizeram parte desse projeto. O sucesso foi alcançado porque os jogadores, o técnico, o preparador físico, o reitor da Universidade Marshall, a torcida, a camareira, o massagista, enfim, por todos que contribuiram para que a vitória fosse possível, assumiram o compromisso de reacender a chama da esperança e de caminhar em direção
ao sucesso.

É o que acontece, muitas vezes em nossa vida. Sempre tem o técnico, a camareira, o preparador físsico, analogamente falando, que contribuem para que nós tenhamos êxito nas coisas que fazemos na vida. Infelizmente, nem sempre estamos maduros, com o espírito elevado, para reconhecer o valor daquelas pessoas que nos cercam e que contribuem para que possamos realizar um determinado propósito. Nem sempre vemos, nem sempre percebemos, aqueles que estão atrás do camarim, cuidando das coisas do espetáculo.

Em virtude disso, precisamos desenvolver a habilidade de enxergar as coisas de maneira sistemática, globalizada. Temos que nos educar para sermos “Marshall”, para sermos uma equipe coesa, consciente do sonho coletivo e do papel de cada um para que ele aconteça.

Ser “Marshall” significa pensar coletivamente, agir coletivamente, desejar atender anseios coletivos e sentirse realizado com isso. Quando a vitória coletiva chega, você infla o peito e diz bem alto “Eu participei disso. ... Eu estava lá. Eu joguei nesse time”... É nessa hora, que percebemos a grandeza da obra que ajudamos a construir.

O homem pensa, o homem idealiza, mas, nada, absolutamente, nada, se formos investigar minuciosamente, ele realiza sozinho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, parabéns! me ajudou muito no trabalho de escola XD