quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Tirem os sapatos!...O imperialismo está aterrissando


Por: Paulo André dos Santos.

Em dois governos marcados pelas tragédias, a Era Bush – o filho – conseguiu tornar o povo americano ainda mais odiado pelos ativistas e pelos cidadãos mais esclarecidos espalhados pelos cinco continentes. A caça aos terroristas e a Guerra do Iraque, de Saddam Hussein, promovidas pelos tecnocratas do Governo Bush, ao mesmo tempo em que contribuíram para instaurar o clima de insegurança em toda a civilização global, alimentou o ódio do Mundo Árabe e a antipatia severa do resto do mundo.

E, o governo Bush, implacável e insaciável, não se limitou a isso, buscou explorar da forma mais cruel o sangue dos países-servos e dos países-rebeldes. Outros fatos ou iniciativas desastradas ajudaram a modelar a imagem endemonizada dos americanos nesses últimos anos. Coincide com esse momento, por exemplo, a insistência do governo americano em reafirmar o seu total descaso com a questão ambiental planetária, ao negar-se a aderir às diretrizes do Protocolo de Kioto, que prevê metas de redução de poluentes na atmosfera, a fim de diminuir os impactos do Efeito Estufa. Por ironia do destino, muito ocasionalmente, o país é arrasado pela força da natureza. Os furacões e os tornados são comuns em algumas regiões do país e os estragos por eles deixados também.

Entre servos e rebeldes, os últimos, incontestavelmente, foram os que mais sofreram. Cuba, rebelde geograficamente mais próximo dos EUA, continua a sofrer os castigos (embargos) sobre as suas atividades comerciais desde 1962. A Revolução Cubana (1959) significou o rompimento com o imperialismo colonialista dos EUA e, mais do que isso, significou a negação da subserviência ao capitalismo em prol da adesão dos cubanos aos princípios do Comunismo. O permite aos mais curiosos inferir que não é contra Cuba, especificamente, o embargo comercial, mas, contra o regime comunista, que durante toda a guerra fria se constituiu na alternativa de concorrência com sistema capitalista-predatório.

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, promovido pela Rede Al Qaeda, organização terrorista que se opõe à influência dos países ocidentais no Mundo Islâmico, os EUA, principal alvo do movimento liderado por Osama Bin Laden, vê-se inclinado a iniciar a corrida internacional contra o terrorismo, despejando centenas de bilhões de dólares nas Guerras do Afeganistão e do Iraque. O findou por acontecer, no entanto, foi que o governo americano não conseguiu nem acabar plenamente com o Talibã-afegão, acusado de ajudar a esconde Bin Laden e a Al Qaeda, assim como, não conseguiram capturar o Bin Ladem nem vivo nem morto, mesmo com a sua cabeça posta a prêmio por 50 milhões de dólares.

Na verdade, a Guerra do Iraque, a mais recente, de 2003, em que, sob o pretexto de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, os EUA promoveram uma verdadeira carnificina contra os Iraquianos, com um saldo, no fim declarado da guerra de 7.312 civis iraquianos mortos. Após o fim trágico do holocausto promovido pelos americanos no Iraque, deu-se a ocupação, que de acordo com informações da imprensa internacional, a sua presença mata, direta ou indiretamente, cerca de 36 civis iraquianos por dia, o que se levado à ponta da caneta, permite-se arriscar que o saldo de mortos ultrapassou a marca dos 40 mil em 2006, ou seja, a carnificina continuou.

Agora, em fins de 2009, a tragédia se volta ainda mais para o Governo Bush e para o povo americano. A União Européia iniciou uma série de investigações para averiguar se os EUA violaram os direitos humanos e a Convenção de Genebra em solo Europeu. O governo americano foi acusado de manter prisões secretas em vários países a fim de abrigar supostos terroristas. Essa informação ganhou credibilidade após várias publicações em jornais americanos. O que mais escandaliza a comunidade internacional são as denúncias de casos de torturas nessas referidas prisões, em especial a prisão de Abu Grabi e a de Guantanamo, em Cuba.

O fim da picada, uma crise já anunciada faz anos, explode no centro econômico norte-americano (e ninguém fez nada para impedir?). A lei do consumismo, introjetada na alma dos cidadãos estadunidenses, fez o sistema imobiliário entrar em colapso, o mercado onisciente e onipotente começa a dar os sinais de sua debilidade. A política de venda à qualquer custo,... custou, custou, custou,...caro! Tão caro que o improvável aconteceu: o Governo Bush (olha só que ironia) foi obrigado a estatizar bancos...E o mesmo aconteceu pelo mundo capitalista à fora.
O episódio que fecha este escrito é ainda mais trágico. Vocês sabiam? No apagar das luzes do governo Bush conseguiu realizar o final de governo mais humilhante da história americana. No dia 14 deste mês, em visita ao Iraque, o Presidente americano foi surpreendido durante uma entrevista em Bagdá, à TV Al Bagdadia, quando o repórter iraquiano Muntazer al Zaidi, se levantou e atirou, em rápida seqüência, os dois sapatos no intuito de acertar o rosto de Bush. O protesto ainda foi precedido de uma mensagem de despedida nada cortês. Ao arremessar os sapatos o repórter gritou, em árabe: "Este é seu beijo de despedida, cachorro". O fato foi capa de revista nos principais jornais do mundo e, por incrível que pareça, esse ato simbólico pode significar mais do que a simples rejeição ao Governo Bush, pode significar o início de um movimento de rejeição ao imperialismo capitalista norte-americano.

REFERÊNCIAS:
Segredos e mentiras do governo Bush. Disponível no site acessado em 25 de dezembro de 2008.

Repórter iraquiano atira sapatos em Bush; veja repercussão no mundo. Disponível no site Acessado em 25 de dezembro de 2008.

O dilema de Bush. Disponível no site Acessado em 25 de dezembro de 2008.

Protocolo de Quioto. Disponível no site Acessado no dia 25 de dezembro de 2008.

Kioto. Disponível no site Acessado em 25 de dezembro de 2008.

A doutrina Bush e a rapina do petróleo. Disponível no site Acessado em 25 de dezembro de 2008.

Cúpula latino-americana pede aos EUA fim de embargo a Cuba. Disponível no site Acessado em 25 de dezembro de 2008.

ONU pede fim do embargo norte-americano a Cuba. Disponível no site Acessado em 25 de dezembro de 2008.

Nenhum comentário: