Por: Paulo André dos Santos.
Em dois governos marcados pelas tragédias, a Era Bush – o filho – conseguiu tornar o povo americano ainda mais odiado pelos ativistas e pelos cidadãos mais esclarecidos espalhados pelos cinco continentes. A caça aos terroristas e a Guerra do Iraque, de Saddam Hussein, promovidas pelos tecnocratas do Governo Bush, ao mesmo tempo em que contribuíram para instaurar o clima de insegurança em toda a civilização global, alimentou o ódio do Mundo Árabe e a antipatia severa do resto do mundo.
E, o governo Bush, implacável e insaciável, não se limitou a isso, buscou explorar da forma mais cruel o sangue dos países-servos e dos países-rebeldes. Outros fatos ou iniciativas desastradas ajudaram a modelar a imagem endemonizada dos americanos nesses últimos anos. Coincide com esse momento, por exemplo, a insistência do governo americano em reafirmar o seu total descaso com a questão ambiental planetária, ao negar-se a aderir às diretrizes do Protocolo de Kioto, que prevê metas de redução de poluentes na atmosfera, a fim de diminuir os impactos do Efeito Estufa. Por ironia do destino, muito ocasionalmente, o país é arrasado pela força da natureza. Os furacões e os tornados são comuns em algumas regiões do país e os estragos por eles deixados também.
Entre servos e rebeldes, os últimos, incontestavelmente, foram os que mais sofreram. Cuba, rebelde geograficamente mais próximo dos EUA, continua a sofrer os castigos (embargos) sobre as suas atividades comerciais desde 1962. A Revolução Cubana (1959) significou o rompimento com o imperialismo colonialista dos EUA e, mais do que isso, significou a negação da subserviência ao capitalismo em prol da adesão dos cubanos aos princípios do Comunismo. O permite aos mais curiosos inferir que não é contra Cuba, especificamente, o embargo comercial, mas, contra o regime comunista, que durante toda a guerra fria se constituiu na alternativa de concorrência com sistema capitalista-predatório.
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, promovido pela Rede Al Qaeda, organização terrorista que se opõe à influência dos países ocidentais no Mundo Islâmico, os EUA, principal alvo do movimento liderado por Osama Bin Laden, vê-se inclinado a iniciar a corrida internacional contra o terrorismo, despejando centenas de bilhões de dólares nas Guerras do Afeganistão e do Iraque. O findou por acontecer, no entanto, foi que o governo americano não conseguiu nem acabar plenamente com o Talibã-afegão, acusado de ajudar a esconde Bin Laden e a Al Qaeda, assim como, não conseguiram capturar o Bin Ladem nem vivo nem morto, mesmo com a sua cabeça posta a prêmio por 50 milhões de dólares.
Na verdade, a Guerra do Iraque, a mais recente, de 2003, em que, sob o pretexto de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, os EUA promoveram uma verdadeira carnificina contra os Iraquianos, com um saldo, no fim declarado da guerra de 7.312 civis iraquianos mortos. Após o fim trágico do holocausto promovido pelos americanos no Iraque, deu-se a ocupação, que de acordo com informações da imprensa internacional, a sua presença mata, direta ou indiretamente, cerca de 36 civis iraquianos por dia, o que se levado à ponta da caneta, permite-se arriscar que o saldo de mortos ultrapassou a marca dos 40 mil em 2006, ou seja, a carnificina continuou.
Agora, em fins de 2009, a tragédia se volta ainda mais para o Governo Bush e para o povo americano. A União Européia iniciou uma série de investigações para averiguar se os EUA violaram os direitos humanos e a Convenção de Genebra em solo Europeu. O governo americano foi acusado de manter prisões secretas em vários países a fim de abrigar supostos terroristas. Essa informação ganhou credibilidade após várias publicações em jornais americanos. O que mais escandaliza a comunidade internacional são as denúncias de casos de torturas nessas referidas prisões, em especial a prisão de Abu Grabi e a de Guantanamo, em Cuba.
O fim da picada, uma crise já anunciada faz anos, explode no centro econômico norte-americano (e ninguém fez nada para impedir?). A lei do consumismo, introjetada na alma dos cidadãos estadunidenses, fez o sistema imobiliário entrar em colapso, o mercado onisciente e onipotente começa a dar os sinais de sua debilidade. A política de venda à qualquer custo,... custou, custou, custou,...caro! Tão caro que o improvável aconteceu: o Governo Bush (olha só que ironia) foi obrigado a estatizar bancos...E o mesmo aconteceu pelo mundo capitalista à fora.
O episódio que fecha este escrito é ainda mais trágico. Vocês sabiam? No apagar das luzes do governo Bush conseguiu realizar o final de governo mais humilhante da história americana. No dia 14 deste mês, em visita ao Iraque, o Presidente americano foi surpreendido durante uma entrevista em Bagdá, à TV Al Bagdadia, quando o repórter iraquiano Muntazer al Zaidi, se levantou e atirou, em rápida seqüência, os dois sapatos no intuito de acertar o rosto de Bush. O protesto ainda foi precedido de uma mensagem de despedida nada cortês. Ao arremessar os sapatos o repórter gritou, em árabe: "Este é seu beijo de despedida, cachorro". O fato foi capa de revista nos principais jornais do mundo e, por incrível que pareça, esse ato simbólico pode significar mais do que a simples rejeição ao Governo Bush, pode significar o início de um movimento de rejeição ao imperialismo capitalista norte-americano.
REFERÊNCIAS:
Segredos e mentiras do governo Bush. Disponível no site
Repórter iraquiano atira sapatos em Bush; veja repercussão no mundo. Disponível no site
O dilema de Bush. Disponível no site
Protocolo de Quioto. Disponível no site
Kioto. Disponível no site
A doutrina Bush e a rapina do petróleo. Disponível no site
Cúpula latino-americana pede aos EUA fim de embargo a Cuba. Disponível no site
ONU pede fim do embargo norte-americano a Cuba. Disponível no site
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