O PARADIGMA DAS POSSIBILIDADES:
Antes de iniciar o Curso de Pedagogia, durante a minha vivência escolar como aluno, eu jamais havia pensado sobre toda a infra-estrutura que prestam suporte aos processos educativos-escolares. Havia em mim, aliás, como há em boa parcela dos alunos, uma certa de cegueira a respeito do assunto. Os alunos, geralmente, são escolarizados sempre no sentido que reflete “O que aprender”, sendo a ele negados, por exemplo, a oportunidade de imergir em discussões mais amplas e profundas, como “Por que aprender”, ou seja, qual o sentido de aprender esse ou aquele conteúdo? Com isso, a escola acaba por se revelar uma instituição centralizadora e, portanto, segregada da sociedade, haja visto o distanciamento que ela mantém, ainda, dos acontecimentos da realidade, afeiçoando-se tão somente àqueles fatos já registrados textualmente, portanto, legitimados como conhecimento relevante. A escola ainda se comporta, infelizmente, como se detivesse o monopólio do conhecimento, haja vista, a falta de valorização do patrimônio cultural dos alunos. Não considera, por exemplo, que eles são sujeitos impregnados de história e de um juízo de valor próprio sobre o conhecimento. E assim, com o avanço tecnológico, foram se ampliando significativamente as redes de informações e, a escola, inerte a esse processo, manteve-se distante dessas mudanças. Agora, faz-se necessária uma verdadeira corrida para superar a crise institucional do Sistema de Educação. Corrida sim! Mas no sentido da realização de um grande esforço para reverter o atual ciclo de descaso instaurado e retro-alimentado pelos discursos efervescentes na sociedade e na escola, especificamente. Faz algum tempo, por exemplo, que a escolarização oferecia maiores possibilidades de sucesso na vida. O aluno que conseguia concluir o Segundo Grau Escolar era, muitas vezes considerado um rei pelas pessoas das classes mais humildes. Imperava, nesse contexto, a idéia do velho ditado popular: “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. Ou seja, em um ambiente aonde a maioria das pessoas malmente sabiam escrever, o fato de alguém conquistar o Segundo Grau era considerado a maior vitória. Hoje, as coisas não permanecem assim, e como deveria permanecer, os índices de analfabetismo, apesar serem ainda um dos mais altos do mundo, decresceram. Isso coloca mais pessoas niveladas pelo Segundo Grau em plena competição. Essa concorrência leva a uma desvalorização profissional, que atinge diretamente a expectativa de futuro dos jovens. É a lei da oferta e da procura, de Adam Smith, só que direcionada à mão-de-obra. Quanto mais mão-de-obra disponível para um determinado ramo do mercado, maior poder de barganha terá esse mercado para oferecer um piso salarial menor. O meu caro leitor agora deve estar se perguntando o que isso tem que ver com as minhas experiências de estágio. O que eu poderia responder ? Tudo! Afinal, de acordo com novas concepções científicas, em especial o boom da Física Quântica, de Fritjof Capra, tudo está interligado e tudo são possibilidades. Outros estudiosos, nesse contexto, também tem se destacado por assimilarem o pressuposto filosófico da Física Quântica, influenciando o surgimento de um novo modelo de educação que atenda às novas perspectivas de enxergar o mundo, aonde reina, ao invés da certeza, a incerteza, a dúvida. Como um exemplo desses teóricos pode-se citar, o sociólogo e pensador francês, Edgar Morin, que tem produzido muitos escritos que argumentam sobre a fragilidade do conhecimento, sugerindo a necessidade da quebra paradigmas. Então, quando realizo essa abordagem, ela em si carrega uma imensa gama de múltiplos sentidos, que só podem ser desvelados à partir da ação investigativa, o que requer a elaboração prévia de questionamentos. O importante, nesse contexto, é que a escola permita aos alunos o usufruto de possibilidades de afirmação na sociedade como sujeitos críticos, de modo a analisar os estratagemas ideológicos, os confrontos de interesses entre as classes sociais e a inevitável competição em um mercado de trabalho sob o jugo do Sistema Capitalista.
A ciência, nas últimas décadas, vem se reformulando nos seus conceitos filosóficos. Não cabe mais, por exemplo, na comunidade científica afirmar verdades absolutas. O que impera no momento são as verdades possíveis. A verdade como se pode observar, muda dentro do processo histórico. O que era verdade há quinhentos anos atrás, hoje torna-se absurdo afirmá-la. É estranho isso, não é ? Fomos todos educados de modo a discernir o que é certo ou errado, bom ou ruim e, agora, somos simplesmente varridos em nossa existência. Como é inquietante imaginar que tudo o que conhecemos, que concebemos como a realidade, pode simplesmente não existir. A verdade, comparativamente, pode ser entendida na mesma lógica das ações da bolsa de valores, ou seja, o que hoje pode ter um valor bilionário, amanhã, talvez, não possua valor algum. Diante disso, inspirado na corrente que defende as mudanças filosóficas da ciência, para o campo da educação, também, sugere-se, de acordo com Morin (2005, p.32), que “Necessitamos civilizar nossas teorias, ou seja, desenvolver uma nova geração de teorias abertas, racionais, críticas, reflexivas, auto-críticas, aptas a se auto-reformar”.
A sociedade, atualmente, vive, por mais uma vez, mergulhada em crises que afetam por completo a nossa existência. São crises econômicas, culturais, religiosas, sociais etc. Esse colapso de sistemas atinge de maneira precisa o espaço escolar. É uma espécie de pânico que se alastra com o vento e percorre todos os núcleos de civilização da terra. Tornamo-nos viciados na verdade, no solo seguro, por isso, ficamos atordoados com a idéia de incerteza.
No universo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é possível perceber que alguns alunos se aprisionam na idéia da incerteza, caindo, muitas vezes, no pessimismo em que concerne ao futuro. Diante das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia e durante as próprias histórias de vida, bombardeiam-se com questionamentos sobre o mérito de persistirem no processo educativo. Possivelmente, acontecem ocasiões em que esses alunos se perguntam se vale a pena continuar ou se vale a pena o sacrifício investido em prol da conquista de uma melhor sorte na vida. Ocorre que muitos, nesses momentos de conflitos de idéias, acabam por tropeçar em recaídas de auto-estima e, como que retrocedendo às frustradas histórias, sem forças para continuar, interrompem os estudos e adiam uma vitória possível.
SACRIFÍCIOS, CONSCIÊNCIA E SUPERAÇÃO PARA VENCER NO SEJA:
Ao observar as questões mais emergentes, no que concerne à questão-problema da escola, não há mais tempo para esperar, o país, para se desenvolver, precisa centrar mais as discussões sobre investimentos eficazes em prol da oferta de uma educação pública de qualidade. Há ainda, vários impasses que precisam ser resolvidos. Políticas Públicas para a educação já existem, o que carece a escola para um melhor desenvolvimento são as articulações entre valorização do profissional docente, melhores condições de trabalho e suporte mais amplo aos alunos, no que tange ao apoio sócio-econômico e psicológico. Durante a minha vivência no estágio pude perceber alguns dos problemas que afetam os alunos do SEJA, como, por exemplo, a dificuldade de conciliação entre a rotina do trabalho e os horários escolares. Além disso, pelo menos no período em que estive estagiando, os alunos não haviam recebido livros didáticos, um recurso que ainda é muito importante para os alunos consultarem, inclusive, quando estiverem em casa.
Com isso, emerge a necessidade de se atuar, em nível governamental, no sentido de evitar ao máximo que alunos fracassem durante o período considerado regular da escola sem, contudo, deixar de tratar, bem de perto, o Segmento da Educação de Jovens e Adultos, mas, não de forma especial, pois isso pode levar algumas pessoas a encarar os alunos tão somente como coitadinhos carentes, o que contribui para o surgimento de posturas preconceituosas. Os alunos do SEJA têm que ser submetidos a um processo de educação diferenciada, visto a realidade preponderante deles, a do indivíduo que trabalha durante o dia e estuda durante a noite. Admite-se, com isso, que o universo do SEJA reflete uma realidade difícil para os alunos. Pessoas inseridas nesse contexto estão experimentando o processo de educação sob o regime do sacrifício. Existe até, por exemplo, para que os alunos consigam prosseguir com os estudos no Segmento de Educação de Jovens e Adultos (SEJA), uma inevitável abstinência dos momentos de lazer, de convivência com os familiares, dos períodos de descanso etc. Ou seja, é uma dupla desvantagem, estar inserido em um modelo de escola pública que perde em qualidade para as grandes instituições privadas de educação e, além disso, estarem resgatando um atraso histórico da vida deles.
Diante disso, é, indiscutivelmente, um preço alto a pagar. São situações-limites como essas que me remetem aos escritos da Pedagogia do oprimido, de Freire (1975). Isto é, emerge nesses momentos, perguntas que tocam na maneira como a escola, em geral, lida com isso. Importante, nesse sentido, é lutar incessantemente para diminuir a distância entre as possibilidades dos alunos da escola pública, em especial aqui dos alunos do SEJA, e dos alunos oriundos de grandes escolas particulares, os herdeiros da elite brasileira. Muito se discute, atualmente, por exemplo, a legitimidade das Políticas de Cotas nas universidades públicas do Brasil, assim como, sobre os critérios adotados no PROUNI para a distribuição de bolsas universitárias aos alunos das classes populares. O que há, como possivelmente era de se prever, é uma verdadeira guerra ideológica de classes. Os interesses da elite residem em preservar o statu quo1, a hegemonia secular que se estabelece aqui no Brasil.
Mas, o que ocorre, ainda quando a superação da contradição se faça em termos autênticos, com a instalação de uma nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que os opressores de ontem não se reconhecem em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito de oprimir, significa opressão a eles. [...]
(FREIRE, 1975, p. 47).
É por isso, diante de tantas adversidades, que muitos alunos, influenciados também pelos bolsões de violência que vem afligindo a cidade de Salvador, tomam a triste decisão de abandonar os estudos. É angustiante! Para eles, possivelmente é o abandono das esperanças de ser mais, é o abandono do compromisso de quebrar o ciclo vicioso da exclusão social. Em algumas das aulas de meu estágio, por exemplo, alguns alunos justificavam a falta na aula anterior. Falavam da dificuldade de chegar à escola em um horário razoável para as aulas ou da não liberação do patrão para ir às aulas, esta última, comumente, reflete o drama peculiar das empregadas domésticas.
Durante o estágio, ao perceber esse abismo que se agiganta diante dos alunos, procurei sempre nas aulas estimular a elevação da auto-estima deles. Nos diálogos estabelecidos, nas reflexões realizadas, na resolução de situações-problemas, que envolvia todas as disciplinas, enfim, em todos os contatos firmados com os alunos, através da mediação, sempre me comprometi a demonstrar para eles que o horizonte do possível pode ser concretamente palpável a depender dos esforços que cada um realize para alcançá-lo.
[...] Urge ver mais do que alunos ou ex-alunos em trajetórias escolares. Vê-los jovens-adultos em suas trajetórias humanas. Superar a dificuldade de reconhecer que, além de alunos ou jovens evadidos ou excluídos da escola, antes do que portadores de trajetórias escolares truncadas, eles e elas carregam trajetórias perversas de exclusão social, vivenciam trajetórias de negação dos direitos mais básicos à vida, ao afeto, à alimentação, à moradia, ao trabalho e à sobrevivência. [...]
(Soares, Giovanetti e Gomes, 2006, p.24).
Sabe-se que, em maioria, os alunos da EJA são indivíduos que foram (e estão sendo) marginalizados por todas as esferas da sociedade. Uma vez que a sua estrutura não possibilitou a esses sujeitos a condição mínima que se requer para que qualquer pessoa possa sobrexistir dignamente, e assim, reunir em si as virtudes que caracterizam a manifestação plena da cidadania.
Na tentativa de driblar todas as adversidades a que estão vulneráveis os alunos do SEJA, eu revelei nas propostas de aulas que ministrei, a intenção de estimular a auto-estima e o desenvolvimento da consciência dos alunos a respeito do processo deles enquanto educandos e do processo deles enquanto sujeitos na sociedade. E, para apoiar essa idéia, fiz do ato de provocação a tônica das minhas aulas. Percebi desde o início a heterogeneidade da sala de aula. No momento em que alguns alunos, ao serem analisados a partir da Teoria Vygotskyana, apresentavam um desenvolvimento de aprendizagem no estágio da Zona de Desenvolvimento Real, ou seja, já eram capazes de resolver atividades sozinhos. Ao mesmo tempo, havia aqueles alunos que ainda estavam na Zona de desenvolvimento Potencial, pois ainda, não eram capazes de resolver as atividades, mas tinham potencial para isto. Além disso, existiam alunos que resolviam atividades somente com o auxílio de outra pessoa, o que conforme Vygotsky, caracteriza o estágio da ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal).
A REALIDADE PALPÁVEL NOS CONTEÚDOS:
Munido dessa realidade, decidi em trabalhar os conteúdos de maneira interdisciplinar, ao alinhar fatos da realidade com os conteúdos das disciplinas. Foi uma construção trabalhosa, não digo difícil. O maior problema no estágio foi o que é justamente o calcanhar de Aquiles da sociedade contemporânea, o tempo. Ao optar pelo relato diário das práticas em sala de aula, o tempo ficou curto para administrar o ato de assimilar, planejar e relatar o ato pedagógico. Realizar o planejamento de uma atividade disciplinar demanda tempo e esforço de associação com a realidade, visto que, essa é uma prática recente. A inter e a trans-disciplinaridade não foi a realidade educacional da maioria das pessoas. Daí a dificuldade de enxergar uma coisa que é tão plausível, que a realidade em si é inter-disciplinar.
No início, como já relatei no Diário de Estágio, durante as primeiras aulas, os alunos demonstraram um certo estranhamento para com as atividades.
O mais surpreendente, é que jamais pensei que na minha estréia enquanto professor fosse conseguir do alunado ricas produções textuais. Existe, especialmente aqui no Brasil, uma resistência muito grande à construção textual na sala de aula. Eu sou exemplo disso. Não que eu fosse um aluno resistente à escrita, ao contrário, sempre produzi textos em casa. O inusitado é justamente o fato de que na escola, o in loco2 de produção por natureza, eu não recordo de muitas experiências com a construção textual em sala de aula. A partir dessas vivências, fiquei estimulado com as produções textuais dos alunos. Vejamos algumas produções dos alunos do IV Estágio do SEJA.
Essa afirmativa de Célia Patrícia “...temos nossos direitos e que somos iguais e livres...”, fez-me lembrar o famoso discurso de Martin Luther king, que por sinal havia sido veiculado para os alunos. A aluna também relata sobre a vontade de viver em uma sociedade sem violência, portanto, fica visível a capacidade da aluna de articular corretamente as idéias. Se eu fosse veicular todas produções no corpo desse trabalho, meu caro leitor, certamente ficaria convencido da capacidade dos alunos do SEJA. Pessoas que ficaram por tantos anos à margem do processo da educação regular nos presenteando com produções magníficas, revelando grande capacidade abstrativa da realidade e de produção de sentido.
A respeito do assunto, para Soares, Giovanetti e Gomes (2006, p.24), “... Ao contrário da imagem socialmente criada a respeito dos jovens pobres, quase sempre associada à violência e à marginalidade, eles também se colocam como produtores culturais”. Fica sempre muito visível esse preconceito em relação aos alunos das camadas populares, em especial, os alunos do SEJA. A escola quando se limita a esse olhar, acaba por desperdiçar a oportunidade de experimentar a manifestação da capacidade potencial desses alunos.
As produções dos alunos são diferenciadas, cada um deles apresenta uma característica individual, até mesmo por que, a escrita é algo muito subjetivo. O estágio de desenvolvimento da aprendizagem também é um fator central para analisar as produções dos alunos.
Os alunos do SEJA se sentem ainda mais pressionados quando no ato de escrever. Uma vez que, há um certo sentimento de vergonha em demonstrar as carências decorrentes do atraso escolar. Para alguns desses alunos, é uma espécie de humilhação um adulto não saber escrever corretamente. Não percebem eles a não-culpabilidade deles em relação ao assunto. Ao contrário disso, depois de tantas humilhações sofridas durante as histórias individuais, acabam se convencendo de que realmente são culpados por não terem conseguido, durante o “período normal” da faixa etária, prosseguir com os estudos.
A escola, historicamente, deu a sua contribuição para esse espírito de baixa auto-estima dos alunos da EJA. Ao priorizar o assistencialismo ao invés da assistência, os governos perpertuaram por muito tempo a atual estrutura sócio-econômica. A escola, de certa forma, também cometeu o erro do assistencialismo, quando ao invés de priorizar a superação dessa realidade do descaso, adotavam medidas paliativas de alfabetização, que antes era limitada ao ato restrito de desenhar o próprio nome.
Ao reeducarmos o nosso olhar docente, à luz do legado da educação escolar, poderemos superar a negatividade ainda tão presente em nossas abordagens sobre os alunos da EJA, ainda referimos por meio de uma visão marcada pela ”carência”, o que acaba por reafirmar uma postura preconceituosa e estigmatizada.
(SOARES, GIOVANETTI E GOMES, 2006, p.24).
O aluno do SEJA não precisa da idéia fatal da carência. Isso em nada contribui para uma reviravolta no contexto deles. O que é preciso é induzir o aluno a perceber a condição de desvantagem a que ele está submetido e, à partir disso, ajudá-los, estimulando-os a reunir forças para a superação dessa situação-limite. É imperioso, superar o medo da liberdade, pois, como diz Freire (1975, p.34), “O “medo da liberdade”, de que se fazem objeto os oprimidos, medo da liberdade que tanto pode conduzi-los a pretender ser opressores também, quanto pode mantê-los atados ao status de oprimidos...”. Cabe a escola, portanto, mostrar que existem caminhos a emancipação dos alunos diante da realidade a que estão submetidos, mas que isso, até mesmo pela condição de desvantagem oferecida, exigirá deles um grande esforço e sacrifícios de momentos de lazer que somente o tempo irá justificar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
É sublime a sensação que me arrebata quando recordo as experiências vivenciadas no campo de estágio de docência. Foram dias de efervescente diálogo em sala de aula, experiências que me ajudaram a sedimentar o compromisso político de atuar na Educação de Jovens e Adultos, de forma a contribuir para a formação humana e crítica do cidadão, em especial, aqueles que foram, historicamente, negados pela sociedade e pela escola. Relembro que foi justamente no estágio que tive a oportunidade de confrontar teoria e realidade, adaptando-as aos contextos, como também, de olhar o universo da educação com a convicção da necessidade de que as escolas precisam investir sempre em diálogos mais profundos com a comunidade local e, com os alunos. Acredito que todos, sem exceção, incluindo os mais diversos setores da sociedade, devem abraçar a causa da educação, pois, sem isso, diante de um contexto sócio-econômico tão perverso, torna-se difícil e solitária a missão da escola. Finalizo este escrito afirmando o meu sentimento de renovação, de agradecimento por ter sido presenteado com a oportunidade de viver a experiência de sala de aula e, portanto, mais fortalecido em minhas esperanças de mudança, pois, antes, ouvia falar do possível, agora, creio na concretude das possibilidades.
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