Eu sou pobre por demais,
não consigo ficar em uma escola.
Sei que serei um bom rapaz,
Mas só quero jogar bola.
Por que não fico na escola?
Se tenho vontade de estudar,
sempre decido jogar bola,
e dos problemas me afastar.
Eu sou pobre por demais,
meu pai não tem nenhum vintém,
minha mãe, coitada! eu deixo em paz,
pois nem ela nem ele tem reais
chances de fazer de mim ”alguém”.
Quando procuro problema,
e a queixa chega em casa,
minha mãe sem qualquer dilema,
missa ou novena, coloca minha mão na brasa.
Eles não compreendem nada
do que fazem comigo.
Só me fazem repetir,
suas vivencias de castigo.
Mas o que há de errado?
Por que acontece comigo?
Até parece um fardo,
esse grande castigo.
Será que um dia vou a escola
sem me preocupar com as lembranças
que ao pensamento tanto amola?
Cenas de uma triste infância,
escondidas em uma simples bola.
PAULO ANDRÉ DOS SANTOS
-2006-
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